Entrevista com o autor Jim Carbonera.
1- Qual sua principal inspiração para
escrever?
R: Sou um cara
consumido pelo cotidiano e por tudo que me cerca. E muito da minha narrativa é
baseada nas entranhas da sociedade. Pela parte subversiva do ser humano, aquela
que tentamos esconder.
2- Quando você descobriu que queria
ser escritor?
R: Li o livro
Factótum do escritor Charles Bukowski. Quando terminei sua última página,
estava dominado pelos relatos da obra. E ali pude ver que a literatura era
muito maior do que eu imaginava. Que poderiam ser descritos relatos intensos e
explícitos sobre temas simples, como um porre, um sexo malfeito etc. A partir
daí, comecei a escrever num blog e, conforme elogios eram feitos, me peguei
pensando na possibilidade de escrever profissionalmente. E foi o que fiz.
3- É preciso ser muito perseverante
para ser um escritor e publicar um livro?
R: Muito. O que
acontece é que a sociedade brasileira leva a arte como um hobby. E isso me
deixa indignado. Muito dessa mentalidade é por culpa dos próprios artistas que,
ao invés de assumirem a arte como uma profissão, preferem se esconder atrás do
emprego que os sustenta. Sempre que me perguntam o que eu faço, digo sem
titubear: Sou escritor. Agora, se o meu sustento vem daí ou trabalho em outra
coisa, pouco importa. Me sinto como um escritor e tenho competência e paixão
para me assumir como tal. Acho que a literatura está abarrotada de aventureiros
que não respeitam a arte de escrever ao tratarem-na como um simples passatempo.
4- Que dicas você daria para quem está começando a escrever um livro?
R: Respeitá-la.
Doar-se a ela. Ter a consciência de que você terá que remexer em muita merda do
passado e do presente. Se o aspirante a escritor tem outras prioridades além de
escrever, esqueça, pois não será merecedor de seguir na profissão. Volta e meia
alguém vem me consultar dizendo que ama escrever e não sei o que, mas sempre
tem um empecilho para pôr no papel o que tem em mente. E eu digo: “então nem
inicie, você ainda não está preparado. O dia que ela estiver acima de filmes e
WhatsApp, quem sabe aí você possa começar.”
5- Você acha que a educação atualmente é de boa qualidade?
R: Nem vou
entrar no mérito escolar. Acho que como um todo o brasileiro é um povo
mal-educado. Não digo má-educação no sentido de não ser solícito. E sim, no
quesito corruptível. Cobramos dos nossos governantes mas somos extremamente
desprezíveis em respeitar algumas normas básicas de educação para se viver em
harmonia. E um dos grandes culpados é a confusão que se faz entre “jeitinho” e
malandragem. O jeitinho brasileiro é um método honesto e criativo para se
resolver um problema. Diferente de malandragem, que, na maioria das vezes, é o
esforço contínuo em tirar vantagem de maneira desonesta e traiçoeira. E hoje em
dia, infelizmente, utilizamos muito mais a malandragem do que o jeitinho.
6- Você é eclético quanto a leitura?
R: Não. Acho
bobagem que como escritor seja obrigado a ler de tudo, até mesmo um estilo que
eu não goste. Essas verdades absolutas me chateiam pra caralho. Leio
normalmente o que me dá prazer. Uma ou outra vez posso abrir uma exceção.
Porém, não me obrigo a explorar mundos que me incomode e me traga enfado.
7- Você vê imagina fazendo outra
coisas que não seja escrever livros?
R: Profissionalmente, não.
R: Profissionalmente, não.
8-
Esta com algum plano de um novo livro em mente?
R: Sim. Assinei
em março um contrato com uma editora de São Paulo. Provavelmente que entre os
meses de agosto e outubro minha nova obra seja lançada. Se chamará Royal 47.
Falará da relação, quase íntima, de um aspirante a escritor com sua máquina de
escrever. Além de relatar os acontecimentos da nova fase da vida do
protagonista.
Instagram: @jimcarbonera
Site: http://www.jimcarbonera.com/
Facebook: https://www.facebook.com/jimcarboneraoficial
Twitter: https://twitter.com/JimCarbonera
Cris.
Abraços!
Oi Cris,
ResponderExcluirSempre é bom conhecer melhor o escritor e você acaba descobrindo mais coisas sobre o livro o que é maravilhoso!
Parabéns pela entrevista.
Beijos,
Kah
Lendo no Inverno